Category Archives: Re-inventar a escola

Aprendendo com um movimento de pés desclaços

Extraordinário.

“Em Rajasthan, na Índia, uma escola extraordinária ensina mulheres e homens do meio rural – muitos deles analfabetos – a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona.”

E tu o que é que vais fazer a seguir?

English: Footpath, Brockwood Park The footpath...
Image via Wikipedia

Há dois anos que visito Brockwood, uma das escolas fundadas por Krishnamurti. Este ano participei na Teaching Academy onde ao longo de uma semana somos convidados a reinventar a escola. O espaço é propício à reflexão e o Verão inglês não é nem quente nem demasiado frio. Nesse cenário é fácil meditar sobre questões como: Precisa um professor de saber a sua matéria antes de a ensinar? O que os alunos estão a aprender é aquilo que os professores julgam que estão a ensinar? Conseguimos observar o aluno sem juízo? Porque é que numa sala de aula fazemos preguntas para as quais já sabemos as respostas? É mesmo preciso ter muito dinheiro para se conseguir ter uma escola? Como é que se mede o sucesso da educação?

Contou-me um dos professores da escola que conheceu pessoalmente o Krishnamurti, que a certa altura, quando a escola se preparava para receber os alunos para um novo ano lectivo Krishnamurti perguntou: “Como iriam eles receber os alunos nesse ano?”. A cada resposta que os professores e pessoal davam K objectava e mostrava como essa resposta não era satisfatória. Ao fim de quatro horas de respostas sempre insatisfatórias, os professores e o pessoal renderam-se e disseram “Não sabemos, nós não sabemos como vamos receber os alunos!” A face de K iluminou-se e disse “É isso! É assim que vocês vão receber os alunos!”

Sei de muita gente que sai daquela semana de Brockwood sem saber o que vai fazer a seguir, mas com a confiança de que aquilo que fizerem com os seus alunos, seja em que parte do mundo estiverem será a melhor coisa possível na circunstância e na altura em que a fizerem.