O essencial é invisível aos olhos

perola“O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração.” – O Pequeno Príncipe, Antoine Saint-Exupéry

É urgente compreender que é possível ver o Sol que está sempre presente seja em que situação for. O sistema educativo domesticou-nos a eliminar de nós os caminhos que nos permitem aceder ao maravilhoso que é a capacidade de aprender, criar e ir mais além da lógica, do intelectual, a aceder aos afectos, à beleza que cada um tem contido em si e à qual pode aceder. Sempre que tenho um jovem à minha frente, cujos padrões intelectuais se encontram aprisionados, sem caminhos para onde confiar, pergunto-me: E agora? Qual o caminho a percorrer? E até que a compreensão interna possa surgir, tudo é uma incógnita. Guia-me a confiança profunda, que todos somos pequenas pérolas de sabedoria contidas dentro de ostras que precisam de ser abertas.
Então o recomeçar acontece de instante em instante!

Jóias da aprendizagem

aprendizagemAs jóias da aprendizagem existem dentro de cada criança, de cada indivíduo por lapidar. A essência de cada um advém da conjugação de diversos elementos em estado virgem de existência, a imaginação, a curiosidade, a intuição, a inspiração, a alegria, o sonho, a criatividade, a abstracção, a naturalidade, a beleza, a verdade, a capacidade de brincar são ferramentas de transformação, de encontro, de consciência, de construção e de auto-realização. Dar luz é iluminar os espaços escuros.

“These schools are not merely centres of learning, they must be centres of goodness and bring about a religious mind.” – Jiddu Krishnamurti

 

Crianças a serem crianças

Tem sido muito enriquecedor trabalhar com crianças e jovens em pleno desenvolvimento, mas também tem sido preocupante dar-me conta das paredes que cada um foi construindo à sua volta. O ritmo acelerado dos pais, a informação disponibilizada pelos media, as modas, as situações económicas de cada país são factores externos que usamos como justificação para a construção destes muros.

 

criancasDo outro lado desses muros, há um campo aberto, cheio de possibilidades e o trabalho diário tem sido derrubar esses muros para que se possa ver a beleza, a alegria, a vontade de brincar inerente a cada um. Muitas vezes pergunto: Como foi possível que tão cedo os muros se instalassem? A verdade é que cada geração perpetua a sua cultura em todos os aspectos. E não nos questionamos sobre aquilo que passamos, por isso é inevitável transmitirmos o medo, a ansiedade, a desconfiança, a violência, as expectativas, etc.

Vê-los enfrentar estas heranças e conseguir ser crianças enquanto são crianças é extraordinário!