As páginas do livro da ilusão começam a escrever-se cedo

Setembro tem sido um mês que se repete ano após ano. Dei por mim a observar crianças com 6 anos e a quem os pais optaram por não seguir a via de ensino ortodoxa. Estas crianças não vão entrar numa escola todos os dias à mesma hora, não vão entrar numa sala, não vão ter uma turma não vão ser entregues a uma professora e nem têm os livros recomendados. Estas crianças descrevem um ir para a escola diferente do que este que estão a ter. Para elas ir para a escola é para aprender a ler e a escrever, é ter meninos para brincar, escolher uma mochila e ficar a saber quais os livros a comprar, ter um estojo com lápis e esperar ansiosamente por algo que lhe vão passar. É ter uma pessoa a quem responsabilizamos pela nossa aprendizagem e que nos dá coisas para fazer em casa.

Senti que a pressão familiar com perguntas como: Quantos meninos tens na tua escola? O que aprendeste hoje? Que livros tens? E tantas outras que desde cedo tomam uma relevância acima daquilo que é na sua essência a escola e o aprender. Crianças que nunca tiveram uma experiência escolar fazem suas as expectativas de avós, familiares e amigos da família. E assim, de geração em geração criamos uma imagem do que é que a escola é, que nos dificulta a visão do que a escola pode ser. As crianças que vi este ano a começarem um projecto novo de educação têm nos pais pessoas que entre dúvidas e medos apostam em algo novo e que esperam o melhor para os seus filhos.

Estes passos no desconhecido são a única maneira de alguma vez termos uma educação diferente, uma escola diferente e em consequência um mundo diferente!

brincar na rua brincar na rua2

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *