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“Every home is a university…”

“Every home is a university and the parents are the teachers.”

passarodeasasabertasMahatma Ghandi

Acredito que a escola começa em casa e que os pais são os grandes guias de todo um processo de aprendizagem que fecha o seu ciclo com a escola. Acredito que educar é ter a capacidade primeiro de nos colocarmos em questão, depois a de aprendermos em humildade a compreender que provavelmente nada sabemos.  Os pais são exemplos que os filhos vão seguir, quer seja pela aceitação de quem são, quer seja pela negação de quem são.

Para mim, ser mãe trouxe-me primeiro uma consciência de poder não estar preparada, embora desconhecesse o que seria estar preparada. Depois a dúvida se os outros teriam razão acerca de como se deve educar, o que está certo ou errado e finalmente o medo de poder estar a fazer escolhas por um novo ser que não fossem as melhores, as perfeitas. Tantas perguntas levaram-me à minha decisão final, “vou escutar o meu coração e confiar que me vai guiar”. Estou muito grata pela inspiração que me levou a essa decisão.

Descobri que na interacção com o meu filho, eu também estava a aprender, não apenas acerca do mundo desconhecido de uma criança que surge, mas acima de tudo, acerca de mim mesma. Se permitirmos que a aprendizagem aconteça em nós, se confiarmos que não somos ser individuais, mas seres que pertencem a um todo onde a guia está sempre presente, se aprendermos a escutar, e o mais importante, se aprendermos a amar, a rosa que se abre à nossa frente é maravilhosa.

Desde a minha experiência, sim, a casa é a universidade, onde as primeiras pessoas convidadas a mudar são os pais, porque uma criança é um espelho que nos reflecte, nos questiona, nos obriga a outros olhares. Vamos errar muitas vezes e para mim foi importante admitir os erros, rectificar e caminhar.

Se não gostamos de uma criança agressiva, então observemos a nossa agressividade,

Se não gostamos de uma criança que mente, então observemos onde mentimos,

Se não queremos uma criança viciada em computador, então observemos os nossos hábitos,

Se  não queremos uma criança insegura, então procuremos as nossas inseguranças,…

E se estivermos atentos, se conseguirmos compreender que ser pais é antes de mais uma aprendizagem profunda, como pais e como filhos que também somos, então a compreensão do nosso papel torna-se claro, belo e uma tarefa sem fim, de instante em instante, para connosco e para com os nossos filhos.

Inovação na Educação

Toda a conferência vale a pena ver (exceptuando o primeiro minuto que é uma piada falhada). Quero no entanto chamar a atenção para a questão dos telemóveis. Segundo Leadbeater para chegar ao maior número de pessoas, especialmente em África, Índia, Sudeste Asiático e América do Sul, o telemóvel deve ser a plataforma de eleição para as novas ferramentas de aprendizagem. Please enjoy!

E tu o que é que vais fazer a seguir?

English: Footpath, Brockwood Park The footpath...
Image via Wikipedia

Há dois anos que visito Brockwood, uma das escolas fundadas por Krishnamurti. Este ano participei na Teaching Academy onde ao longo de uma semana somos convidados a reinventar a escola. O espaço é propício à reflexão e o Verão inglês não é nem quente nem demasiado frio. Nesse cenário é fácil meditar sobre questões como: Precisa um professor de saber a sua matéria antes de a ensinar? O que os alunos estão a aprender é aquilo que os professores julgam que estão a ensinar? Conseguimos observar o aluno sem juízo? Porque é que numa sala de aula fazemos preguntas para as quais já sabemos as respostas? É mesmo preciso ter muito dinheiro para se conseguir ter uma escola? Como é que se mede o sucesso da educação?

Contou-me um dos professores da escola que conheceu pessoalmente o Krishnamurti, que a certa altura, quando a escola se preparava para receber os alunos para um novo ano lectivo Krishnamurti perguntou: “Como iriam eles receber os alunos nesse ano?”. A cada resposta que os professores e pessoal davam K objectava e mostrava como essa resposta não era satisfatória. Ao fim de quatro horas de respostas sempre insatisfatórias, os professores e o pessoal renderam-se e disseram “Não sabemos, nós não sabemos como vamos receber os alunos!” A face de K iluminou-se e disse “É isso! É assim que vocês vão receber os alunos!”

Sei de muita gente que sai daquela semana de Brockwood sem saber o que vai fazer a seguir, mas com a confiança de que aquilo que fizerem com os seus alunos, seja em que parte do mundo estiverem será a melhor coisa possível na circunstância e na altura em que a fizerem.