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Aprendendo com um movimento de pés desclaços

Extraordinário.

“Em Rajasthan, na Índia, uma escola extraordinária ensina mulheres e homens do meio rural – muitos deles analfabetos – a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona.”

E tu o que é que vais fazer a seguir?

English: Footpath, Brockwood Park The footpath...
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Há dois anos que visito Brockwood, uma das escolas fundadas por Krishnamurti. Este ano participei na Teaching Academy onde ao longo de uma semana somos convidados a reinventar a escola. O espaço é propício à reflexão e o Verão inglês não é nem quente nem demasiado frio. Nesse cenário é fácil meditar sobre questões como: Precisa um professor de saber a sua matéria antes de a ensinar? O que os alunos estão a aprender é aquilo que os professores julgam que estão a ensinar? Conseguimos observar o aluno sem juízo? Porque é que numa sala de aula fazemos preguntas para as quais já sabemos as respostas? É mesmo preciso ter muito dinheiro para se conseguir ter uma escola? Como é que se mede o sucesso da educação?

Contou-me um dos professores da escola que conheceu pessoalmente o Krishnamurti, que a certa altura, quando a escola se preparava para receber os alunos para um novo ano lectivo Krishnamurti perguntou: “Como iriam eles receber os alunos nesse ano?”. A cada resposta que os professores e pessoal davam K objectava e mostrava como essa resposta não era satisfatória. Ao fim de quatro horas de respostas sempre insatisfatórias, os professores e o pessoal renderam-se e disseram “Não sabemos, nós não sabemos como vamos receber os alunos!” A face de K iluminou-se e disse “É isso! É assim que vocês vão receber os alunos!”

Sei de muita gente que sai daquela semana de Brockwood sem saber o que vai fazer a seguir, mas com a confiança de que aquilo que fizerem com os seus alunos, seja em que parte do mundo estiverem será a melhor coisa possível na circunstância e na altura em que a fizerem.

Escola Silenciosa

Em Vila das Aves a apenas 37 kms do Porto surgiu há mais de 35 anos atrás a Escola da  Ponte (designação como é mais conhecida). Trata-se de uma instituição pública com alunos do 1º, 2º e 3º ciclo.

“A escola encontra-se numa área aberta. Os alunos formam grupos heterogêneos, não estando classificados, agrupados ou distribuídos por turmas nem por anos de escolaridade que, na prática, não existem. Não há salas de aula mas sim espaços de trabalho, onde não existem lugares fixos. Essa subdivisão foi substituída, com vantagens, pelo trabalho em grupo heterogéneo de alunos. Do mesmo modo, não há um professor encarregado de uma turma ou orientador de um grupo; em vez disso, todos os alunos trabalham com todos os orientadores educativos.

A escola está organizada por 3 núcleos: Iniciação, Consolidação, Aprofundamento.

Visitei esta escola várias vezes, na segunda vez que lá fui levei comigo uma professora do 2º ciclo. Ao aproximarmo-nos da escola fisícamente não atraente, parecida com tantas outras escolas do país, a professora exclamou “Não se houve nada” e ao longo do tempo que lá estivemos, um dia inteiro, o som não variou. As crianças não gritam e brincam energéticamente como todas as outras. Lembro-me muito bem do espanto daquela professora a visitar uma escola pacífica e silenciosa.

Um vídeo da Escola da Ponte sobre a Escola da Ponte.

Rudolf Steiner e a Escola/Pedagogia Waldorf

 

 

Rudolf Steiner
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Rudolf Steiner em 1965 escreve ácerca de um crescimento e educação harmoniosa em acção.

‘(…) the harmonious development of all the powers and talents in the child,’ and so forth – cannot provide a basis for a genuine art of education. Such an art of education can only be built on a real knowledge of the human being. Not that these phrases are incorrect, but that at the bottom they are useless as it would be to say of a machine that all its parts must be brought harmoniously into action. To work a machine you must approach it, not with phrases and truisms, but with real and detailed knowledge. So for the art of education it is the knowledge of the members of man’s being and of their several development which is important. There is of course no doubt that they truly realistic art of education, such as is here indicated, will only slowly make its way. This lies, indeed, in the whole mentality of our age, which will long continue to regard the facts of the spiritual world as the vapourings of an imagination run wild, while it takes vague and altogether unreal phrases for the result of a realistic way of thinking.
– Rudolf Steiner. The Education of the Child in light of Anthroposophy. London: Rudolf Steiner Press, 1965.